Serra da Canastra
Do Velho do Chico ao Queijo

Agropecuária
Plantação de soja na fazenda da família do André Oliveira Faria
A agricultura familiar tem importância significativa para Minas Gerais. Ela produz 70% dos alimentos consumidos e é um importante segmento agropecuário do Estado. Segundo o último estudo sobre a realidade das agroindústrias, elaborado pela EMATER-MG, o estado tem cerca de 15,2 mil agroindústrias artesanais de alimentos, sendo que 72% são familiares.

Ordenha no sítio do Ivair José de Oliveira, nesse dia foi manual por falta de energia, o queijo produzido não é comercializado.
De acordo com o último Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da Agricultura Familiar mineira atingiu R$5,7 bilhões, ou seja, 10% do PIB nacional. É responsável pela produção agrícola de 44% do arroz, 32% do feijão e café, 44% do milho e 83% da Mandioca. Na pecuária, corresponde a 48% do leite captado, 34% do rebanho bovino, 30% do rebanho suíno e 28% do volume da avicultura.

O primeiro ciclo econômico na Serra da Canastra, em 1842, foi o do garimpo, seguido pela agricultura e pecuária, que persistem até hoje. Antigamente, a agricultura e a pecuária eram utilizadas apenas para subsistência e não para o mercado. Os moradores cultivavam a terra com suas próprias mãos e o gado que criavam era uma renda que, apesar de pequena, importava para a região. Com a pavimentação da rodovia que liga Piumhi à São Roque de Minas e Vargem Bonita, em 2006, o desenvolvimento chegou na região, assim produção aumentou e muitos Canastreiros agropecuaristas passaram a vender seus produtos para grandes empresas.

Atualmente, a economia dos municípios é baseada, mais destacadamente, na pecuária leiteira. De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE de 2006, as áreas de pastagem naturais e artificiais de São João Batista do Glória, por exemplo, correspondem a 57,6% do total de terras utilizadas para a agropecuária. Em relação à área total do entorno do Parque Nacional Serra da Canastra (PNSC), as áreas utilizadas para a agropecuária nos municípios correspondem a, aproximadamente, 54%.

Prendendo o gado do Jovaides para vacinação, no chapadão da Babilônia, Delfinópolis, MG
Outra parte da renda local vem do cultivo de café, que aumentou devido ao baixo preço das terras e à mão-de-obra barata. A pavimentação da rodovia também estimulou ainda mais o investimento de produtores de Piumhí e de cidades paulistas, como Franca e Ribeirão Preto. Fazendo com que alguns fazendeiros investissem em monoculturas.

Plantações vistas do alto da Serra da Canastra, principalmente de Milho e Café
O milho também é uma das culturas que, junto com a soja, representam grande parte da renda local. O primeiro cereal costuma servir para a venda e para o estoque de silagem. Já a soja, é vendida para indústrias regionais e nacionais. Segundo André Oliveira Faria, produtor rural local, como ambos cereais possuem o mesmo processo de plantação, a rotação de cultura é entre os dois tipos, com o café intercalado.

A diferença entre os processos agropecuários de 1842 e 2016 está no maquinário. O que antes era feito à mão, hoje é feito com plantadeiras, colheitadeiras, tratores, etc. Os processos das plantações de André são todos mecanizados, assim ele ganha mais tempo para realizar outras atividades, como: a vistoria das áreas plantadas, ajudar o pai com o trato do gado e, até mesmo, ter mais tempo para a família.

Colhedeira de Grãos
Além das plantações, muitas fazendas criam gado para gerar uma fonte de renda a mais. Os animais servem para o corte, produção de leite em escala industrial e para a produção de queijo Canastra.

Gado da Estância Capim Canastra

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