Serra da Canastra
Do Velho do Chico ao Queijo

Garimpo
Pequenas pedras de Diamante
Como o próprio nome já diz, Minas Gerais têm diversos tipos de minas: de ouro, ferro, cobre, carvão, bauxita e muitas outras. A região da Canastra ficou conhecida pelo garimpo de diamantes, iniciado por volta de 1930, e na década de 1970 passou a usar maquinário para extração das pedras, a partir de 1990 tanto o garimpo quanto a mineração de diamantes foram proibidos na região pelo dano causado ao solo.
Na época, o garimpo fez com que a população regional aumentasse. Vargem Bonita, MG, chegou a ter 30 mil habitantes e muitos dos moradores atuais trabalharam na busca de diamantes. Em São José do Barreiro, distrito de São Roque de Minas, MG, uma grande parte da população também foi garimpeira.

Resquícios do Garimpo em Vargem Bonita, Minas Gerais
Segundo alguns moradores, a Serra era rica em diamantes e quem trabalhou conseguiu ganhar muito dinheiro. Porém, a maioria não sabia administrá-lo e acabaram por perdê-lo. Outros compraram terras e continuam até hoje nas cidades da redondeza.
Garimpeiro a procura de diamante Vargem Bonita MG, por Stock Photo Brazil
O garimpo foi proibido por ser uma atividade que afeta o meio ambiente, danifica as águas, perfura o solo e cria rejeitos. Apesar da proibição, ainda existe quem o pratica ilegalmente, muitas pessoas ainda tentam a sorte nas margens do Rio São Francisco, e por ser uma área extensa, a fiscalização é bastante complicada.

Resquícios do Garimpo em Vargem Bonita, Minas Gerais
Minas de diamantes na Serra da Canastra
Em contradição a essa proibição, em 2013, a empresa multinacional de mineração de diamantes DE BEERS comprou terras que não foram desapropriadas e obteve uma licença para fazer pesquisas. Segundo relatos de moradores, tais pesquisas duraram um ano e afetaram o solo e o meio ambiente. Ainda não se têm informações se a empresa vai entrar com pedido de extração dos diamantes. Enquanto isso a área é vigiada 24h por dia e somente funcionários tem permissão para entrar.
De acordo com fontes que trabalharam para a empresa, nas terras onde se encontra a mineradora existe uma nascente de água com 98% de pureza, caso a mineração aconteça, essa água provavelmente será contaminada. Acima do kimberlito, rocha onde se encontra os diamantes, existe um reduto de pato-mergulhão, espécie que está em extinção. Logo, a exploração da área pode prejudicar a fauna e a flora local.
O vídeo é de 1991, a partir dos 5 min e 50s do vídeo, é possível ver como é feita a extração de diamantes por meio de maquinário e qual é o impacto ambiental que ela causa
Patrícia Mesquita fez um texto com diversos dados sobre a atividade da mineradora na região. Ela também fala sobre os danos que a empresa já causou e os riscos que uma possível extração pode causar. Acesse o link para ler o texto clicando aqui.
Há também outro kimberlito dentro da área do PNSC, localizado em Delfinópolis, MG. Ainda não existem estudos e nem indicativos de pesquisas nessa região.